O Halloween, celebrado em diversos países no dia 31 de outubro, tornou-se um fenômeno global e consolidou-se como uma das principais datas comerciais, ao lado de celebrações como o Natal. No entanto, as festividades também trazem um problema crescente: a produção excessiva de lixo gerada pelas fantasias, decorações e embalagens não sustentáveis. Como é possível manter o espírito da celebração e minimizar seu impacto ambiental?
A evolução do Halloween
O Halloween tem raízes no festival celta Samhain, uma celebração da colheita, marcada por fogueiras e fantasias para afastar maus espíritos. A tradição foi adaptada pela Igreja Católica no século VIII, com o Papa Gregório III instituindo o Dia de Todos os Santos em 1º de novembro. A véspera da data religiosa acabou se transformando no que hoje conhecemos como Halloween.
Levado para os Estados Unidos por imigrantes irlandeses na década de 1840, o Halloween evoluiu para um evento essencial no calendário do varejo e se espalhou para outros países, incluindo o Reino Unido e a Austrália, onde atualmente cerca de 25% da população participa das comemorações.
Montanhas de resíduos
O impacto ambiental das festividades é significativo. Nos Estados Unidos, estima-se que mais de um milhão de quilos de abóboras sejam cultivados anualmente para a data, com boa parte delas sendo descartada após o uso decorativo. A decomposição desse material em aterros gera metano, um gás que contribui para o aquecimento global. No Reino Unido, metade das 24 milhões de abóboras esculpidas acaba como desperdício, e muitos consumidores desconhecem que a polpa é comestível.
Além das abóboras, o consumo de doces dispara. Em 2022, o mercado norte-americano movimentou cerca de 10,14 bilhões de dólares no Halloween, com 3 bilhões destinados à compra de guloseimas. No Reino Unido, a data já é a terceira maior celebração comercial, atrás apenas do Natal e da Páscoa. O aumento no consumo gera mais embalagens plásticas, especialmente com a popularização de doces embalados individualmente, prática que ganhou força durante a pandemia.
Adaptação cultural e alternativas para um Halloween sustentável
Em países como Austrália e Brasil, onde a tradição é recente, há uma oportunidade de adotar práticas mais sustentáveis. A criação de costumes locais pode incluir ações simples, como esculpir abóboras naturais e aproveitar sua polpa em receitas, ou reinventar fantasias antigas, evitando o consumo excessivo.
O World Wildlife Fund sugere outras práticas para um Halloween mais consciente:
Reutilizar decorações de anos anteriores ou criar enfeites caseiros.
Transformar roupas antigas em fantasias.
Evitar descartáveis, optando por utensílios reutilizáveis em festas.
Comprar doces produzidos localmente, preferindo embalagens recicláveis.
Utilizar itens domésticos, como fronhas ou baldes, para coletar doces.
Reduzir o uso de carros, priorizando caminhadas pelo bairro ao pedir doces.
Compostar resíduos alimentares e reciclar o máximo possível.
Com pequenas mudanças, é possível celebrar o Halloween sem deixar para trás um legado de desperdício e poluição. A criação de novas tradições sustentáveis pode transformar a data em uma celebração consciente e ambientalmente responsável.
Fonte: Galileu
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