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Empreendimento transforma resíduos em peças sustentáveis de design na Argentina


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Um projeto desenvolvido na Argentina está convertendo resíduos como borra de café e pó de erva-mate em novos materiais para a criação de objetos sustentáveis. A iniciativa, conduzida pelo estúdio Marote, combina resíduos orgânicos com plástico reciclado para formar um composto resistente, de aparência natural e com potencial de substituir insumos convencionais no design.


A ideia surgiu a partir da observação do grande volume de borra descartado diariamente por cafeterias. O material, úmido e escuro, mostrou-se uma oportunidade para repensar o destino de resíduos orgânicos e ampliar alternativas de reaproveitamento. Com pesquisa contínua, o estúdio desenvolveu uma mistura capaz de gerar produtos valorizados e já presentes em diferentes regiões do país.


O processo envolve uma cadeia de recuperação que reúne cafeterias, ervateiras e oficinas locais responsáveis por separar e destinar os resíduos. Na fábrica, os insumos passam por um tratamento que preserva suas texturas e cores originais, garantindo peças únicas e capazes de evidenciar sua própria procedência. O catálogo inclui agendas, cadernos, chaveiros, saboneteiras, suportes tecnológicos e itens corporativos. Entre os desenvolvimentos mais emblemáticos estão os óculos produzidos com o material híbrido, certificados após testes técnicos e apresentados como exemplo de que o design sustentável pode competir em qualidade com produtos convencionais.


A produção mensal soma milhares de unidades distribuídas para consumidores e empresas interessadas em ampliar suas estratégias de sustentabilidade. Estruturado em um modelo de triplo impacto, o empreendimento integra benefícios ambientais, inclusão social e viabilidade econômica. Além da reciclagem, o estúdio promove oficinas em que os participantes acompanham o processamento do material e produzem seus próprios objetos, reforçando o papel educativo do projeto e estimulando escolhas de consumo mais responsáveis.


A presença crescente de materiais reciclados em acessórios e objetos amplia a tendência da moda ecológica, que busca substituir insumos fósseis por alternativas de menor impacto ambiental. A estética orgânica cria novas texturas e cores, enquanto a transparência produtiva se torna um valor exigido por consumidores atentos à origem dos produtos. Essa abordagem também fortalece economias locais ao incentivar processos de baixa energia e manufatura próxima, reduzindo a dependência de matéria-prima virgem.


A adoção de peças feitas com resíduos diminui a pressão sobre aterros, prolonga o ciclo de vida dos materiais e impulsiona coleções menores e mais artesanais. Cada objeto reciclado evita novas extrações, reduz emissões e diminui o consumo de água, enquanto fortalece a reputação de marcas alinhadas a padrões globais de sustentabilidade. Para o consumidor, representa a escolha por produtos duráveis e compatíveis com um estilo de vida mais consciente.


O movimento da moda ecológica ganhou força nos anos 1990, quando marcas passaram a denunciar o impacto ambiental da indústria têxtil. Desde então, o setor incorporou fibras naturais, materiais reciclados e processos menos poluentes, além de inovações como bioplásticos e têxteis feitos a partir de resíduos agrícolas. As práticas de economia circular ampliaram o conceito de “produto infinito”, transformando o segmento em um campo global que conecta design, consumo e políticas ambientais.


O projeto argentino evidencia como resíduos cotidianos podem originar novas cadeias produtivas. Ao combinar café, erva-mate e plástico reciclado, o estúdio demonstra que sustentabilidade pode ser materializada em forma, textura e uso, inaugurando novas possibilidades para o design de baixo impacto ambiental.



Fonte: Noticias Ambientales

 
 
 

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